Você não sabe nada sobre quem você é. O que você tem sobre si são crenças e elas não ajudam em nada, pelo contrário, só fortalecem o sentido de “alguém”. Por isso que não dá certo trabalhar esse Despertar sozinho; não tem nenhum trabalho sozinho! Você pode ler sobre Isso, ouvir um professor e até aprender essa coisa toda, mas isso não constitui um trabalho. O trabalho, sempre, é da Graça, desse Amor de Deus.
O que dissolve isso que aí está, é a verdade de que isso não está aí. Você se vê como uma egoidentidade, mas Deus não o vê assim. Você se vê como um pecador, um sofredor, uma “pessoa”, “alguém”, porém, a Consciência, a Graça, o Guru, não vê você assim.
Quando as pessoas iam até Cristo, ao Mestre, e apresentavam-lhe uma enfermidade, Ele as curava e lhes dizia: “Vá em paz e não se equivoque mais. Não peque novamente. Não se confunda mais com o corpo”. Ou seja, não se confunda com o experimentador na experiência do pecado. Ele não estava dando realidade ao pecado ou ao pecador; estava dizendo: não se confunda mais com isso.
Então, o que eu tenho a dizer a vocês todos é: relaxem… As coisas acontecem, mas, também, deixam de acontecer. O que não está sempre aí não pode aterrorizar você, não pode assustá-lo. Aquilo que é real está sempre aí e mantém-se como a Verdade, não é atingido jamais por qualquer coisa, porque não tem outra coisa a não ser a Verdade presente! Percebem a beleza da Realização de Deus, da Iluminação, do Despertar, ou como você queira chamar Isso.
Dá para acompanhar o que estou dizendo?
Eu não estou negando o que você sente aí. Não estou negando a sua experiência; estou dizendo: entre fundo nela! Descubra o que é que está por trás dessa, assim chamada, “experiência”. Assim, você vai descobrir que o fundo, o cerne, o coração dessa experiência é sem essa “pessoa” aí, sem um experimentador. Então, o fundo da experiência da dor é Amor. Por trás da mais profunda dor, decepção, frustração, não existe nenhuma dor, decepção ou frustração. Não tem “alguém” lá; não há experimentação na experiência. Isso quebra esse modelo de repetição, porque não há mais a crença na continuidade de uma falsa identidade no prazer – que, na verdade, é dor – de viver e repetir, vez após vez, o mesmo problema. Então, há um rompimento, uma quebra, uma solução de continuidade, um fim para isso, e isso não é trabalho seu.
Eu não estou lhes trazendo informações que vocês já adquiriram lendo livros advaitas, neoadvaitas, o Curso em Milagres, ou outras coisas. Ao me ouvir no coração, vocês verão que estou apontando para algo fora do conceito, da teoria. Portanto, basta ouvir; não capture e transforme isso em mais uma informação, em um conhecimento, porque, dessa forma, você ainda estaria dentro da dualidade, mas agora acreditando numa nova coisa.
O seu real escutar também está dentro do desconhecido. É somente o conhecido que reconhece palavras. Sempre que abro a boca é para dizer algo que está fora das palavras. Nesse momento, se você desiste, você se permite a cura. Contudo, o ego é muito ansioso, é parte do jogo dele querer a “Coisa”, e é por isso que ele se torna um especialista.