Não existe Amor do lado de fora. O Amor é o florescer da Totalidade, e nada do lado de fora pode lhe dar isso.
Não há nada novo em minhas palavras. Elas tratam Daquilo que você já traz aí dentro de si. É que você está tão viciado no mundo externo, que Deus tem que assumir uma forma externa para, então, poder se revelar dentro de você. Ele fala o tempo todo dentro, mas você não escuta! Então, Ele se exterioriza e se aproxima como um amigo, como uma amiga, como alguém. Esse é o sentido misterioso – e de difícil alcance para a mente – a respeito da figura do Guru, do Mestre. Ele não está do lado de fora, Ele é só a exteriorização da sua Interioridade. Ele só está traduzindo, numa linguagem conhecida, a sua Voz Interna. Esse é o nosso encontro em Satsang.
Isso é algo semelhante a ir em direção a um rio para beber água. Você não vai a um rio para criar uma amizade com o rio, para entrar em um relacionamento com o rio. Você vai ao rio porque está com sede, e ele está lá com toda aquela água abundante! Quando você vem, eu já estou aguardando você. Eu não quero a sua amizade; eu quero que você entenda o propósito que o trouxe até aqui. O rio não espera que você seja seu amigo; ele só está lá, aguardando que você beba dele. Não é um relacionamento; é uma intimidade, é um reconhecimento de que a água é para você, e de que o rio todo é seu. Então, esse nosso encontro é uma grande brincadeira divina.
Assim como o rio já espera pelos sedentos, “EU” espero por você. Não estou falando de uma figura humana, estou falando dessa Presença, dessa Graça Divina, que é a sua Verdade, A qual você nasceu para reconhecer, A qual sempre esteve aí. Então, quando você vem, eu já estou aguardando-o. Deus é uma Realidade sempre presente que aguarda ser ouvido, mas você tem estado surdo por muito tempo. Assim, Ele aparece no seu sonho (o seu estado de egoidentidade é só um estado de sonho, porque você está dormindo) na figura de Ramana Maharshi, Krishnamurti, Osho, Gualberto… Os nomes não importam, as formas também não. O Cerne, o Coração, a Essência, a Verdade, a Natureza Real de tudo isso, sim, importa. E isso é Deus assumindo uma forma, até você descobrir que você também não tem nenhuma forma. Enquanto você se vê na forma, Ele também se apresenta assim, até que você possa vê-Lo sem forma, que é quando você se reconhece sem forma.
Esse rio é de Bem-Aventurança, de Suprema Felicidade. Um dia, Cristo disse: “Aquele que beber de MIM jamais voltará a ter sede, porque se fará, dentro dele, uma fonte que jorra.”
A filosofia é uma coisa difícil, a psicologia e a teologia também – você tem que estudar muitos anos numa faculdade ou em seminários. Aí tem o mestrado, o doutorado, o pós-doutorado, e por aí vai… Mas a Sabedoria, não. A Sabedoria não fala de conhecimento, fala de sua Natureza Verdadeira, Daquilo que você é, Daquilo que você traz aí dentro de você. E Isso é algo natural, muito simples, porque é Você.
O meu mestre dizia isso para as pessoas: “Você não veio aprender, você veio desaprender tudo”. Então, você tem que desaprender tudo o que aprendeu, porque não se trata de construir alguma coisa. Trata-se de se reconhecer, e isso é algo muito natural, muito básico, não exige especializações nem formações. Isso é algo que desabrocha como uma dessas flores, aqui. Elas não aprenderam a fazer isso, elas, simplesmente, desabrocharam; isso é inato. A Realização é algo assim. É claro que teve sol, água, terra, sais minerais, ou seja, houve condições para que elas se tornassem um botão e depois se abrissem, mas Isso estava lá, como está aí também, porque é a Natureza de tudo, é a Verdade presente em tudo, é o que Você É.
Você é Amor, Silêncio, Liberdade, Paz, Felicidade, Sabedoria… Você é Deus, é isso que Eu Sou! Isso não é uma crença. Eu sou Isso! E Você é Isso! O propósito do nosso encontro não é uma comunhão entre pessoas, é esse reconhecimento do que Eu Sou, do que Você É. Aqui, você se reconhece em Deus, como Deus, como Consciência, além do corpo, da mente e do mundo; além do nascimento e da morte.