A primeira e mais importante coisa a se fazer aqui, nesses encontros, é descobrir como realmente ouvir essas falas. É necessário saber como ouvir cada palavra, assim como estar diante desse Silêncio.
A Verdade não é algo que se revela ao intelecto, o que significa que não basta acompanhar isso verbalmente, intelectualmente; é necessário descobrir o que significa estar aqui nesse encontro. A Sabedoria não nasce de conclusões, não é o resultado de análise, dedução ou de alguma lógica. Por toda uma vida, você tem procurado a Sabedoria, a Verdade, na lógica, na conclusão, na análise. Mas Isso está além da lógica e, portanto, além de qualquer análise, conclusão, especulação ou dedução…
A Verdade é o despertar da Realidade de Deus. Você sempre ouviu falar que Deus está dentro de você. Se é assim, todos têm Deus dentro de si mesmos; no entanto, percebemos que isso é somente uma crença, porque mesmo em meio a essa crença todos estão com algum tipo de problema – o sofrimento, a dificuldade e a dor são coisas comuns a todos. Então, onde está a Verdade dessa Realidade de Deus presente em meio a toda a esta confusão em que nós, seres humanos, estamos vivendo? Mesmo em meio a toda essa confusão, todos estão em busca de algo fora disso tudo. Então, por que, apesar da “verdade” de que Deus é uma Realidade presente dentro de você, internamente você está em depressão, ansiedade, medo?
Realmente, você já ouviu isso que foi dito no começo da fala milhares e milhares de vezes, com palavras diferentes. Se você está aqui apenas ouvindo, vai continuar assim, ouvindo palavras pela vida toda ou olhando promessas em alguns lugares, em alguns livros. Há sempre alguns prontos a ensinar e muitos outros interessados em aprender. E, como eu acabei de colocar, isso não vai resolver nada, porque não há nenhuma verdade no conhecimento.
O que eu quero dizer é que a verdade do conhecimento é só a verdade da mente. E, para você conhecer de fato a Verdade, você tem que ir além da mente. Só então é possível a Sabedoria, que está na Realização da Verdade de Deus, e não na crença. É necessário um sentido real de procura pela Verdade, que não é a “busca pela verdade”. Podemos até usar palavras sinônimas – “procurar” e “buscar” –, mas eu vou colocar estas duas palavras aqui com um sentido inteiramente diferente. Aqueles que estão “buscando” a verdade, estão fazendo isso dentro da própria mente, através do conhecimento, da experiência, de práticas espiritualistas ou esotéricas. A busca por esse caminho é uma busca de autossatisfação e de realização pessoal. Assim, para você, a verdade vai ser encontrada nas cartas do tarô, na bola de cristal, nos búzios… Então, você vai buscar na astrologia, na quiromancia e por aí afora. Hoje em dia, isso tem sido chamado de autoconhecimento.
Aqui, nesse momento, o que eu posso lhe dizer é que, para compreender o sentido real da procura pela Verdade (e não da “busca pela verdade”), você tem que se livrar de tudo isso. Portanto, há uma diferença entre a busca pela verdade e a procura pela Verdade. A procura pela Verdade é dentro de si mesmo, através da autoinvestigação, da meditação e da entrega. Isso é algo inteiramente diferente do que a mente tem construído ao longo de todos esses milênios, que é essa fantasia, esse circo dessa assim chamada espiritualidade ou “busca da verdade”.
É necessário se livrar completamente da crença de que existe algo separado de você, como a Verdade; é necessária uma atenta e penetrante visão, uma rendição completa da ilusão do sentido de um “eu” presente buscando alguma coisa, como a chamada “Verdade”. O sentido da palavra Verdade é encontrado quando o sentido do “eu” desaparece; o significado real da Verdade é o fim da ilusão dessa egoidentidade.
Comecei falando sobre a importância de aprender a ouvir isso. Um professor não comunica a Verdade, porque um professor é alguém que conhece algo e lhe dá uma informação que você não tem. É necessário estar diante da Verdade para recebê-La, e só um Mestre vivo pode fazer isso; um professor, não. Então, você pode entrar nessa sala e ouvir essas falas, essas palavras, mas isso não vai funcionar para você. Você precisa experimentar a morte do ego, desse velho “eu” que está aí.
Então, agora eu vou “apertar um pouquinho o parafuso”, vou ser mais claro para você. Estou vendo alguns aqui na sala que nunca estiveram comigo presencialmente…. Eu quero dizer para vocês que não adianta ouvir essas falas, nem aqui, nem em vídeo do Youtube. Vocês têm que perder esse sentido do “eu” que está aí ou vão ficar só acumulando informações, e mais informações, e mais informações, o que não se constitui em um trabalho real – esse é exatamente o movimento da busca.
Então, eu quero dizer para você que está aqui apenas no Paltalk (sala virtual): sua presença aqui é algo lindo, adorável, mas não está funcionando. É muito prazeroso ouvir alguém que domina um determinado assunto; em especial, um assunto como esse, que é muito fascinante. O que eu quero dizer é que todas as vezes que estiver aqui na sala, você vai ter uma deliciosa sensação de que está aprendendo alguma coisa, mas essa é uma sensação egoica ainda, não é real. É como o prazer de ler um livro, assistir a um vídeo ou ouvir um áudio – isso ainda está nesta dimensão dessa egoidentidade.
Se você quer isso de verdade, se você quer Despertar, se quer Acordar, ir além desse falso “eu” cheio de conflitos, de problemas, que se ofende e se magoa à toa; que se chateia por qualquer coisa; que carrega esse senso de ofensa, de medo, de desejo, de ansiedade, venha a Satsang presencialmente, para você se ver nesse espelho e perceber o quanto de ego ainda existe presente aí. Se você continuar fugindo, não vai dar certo; você jamais vai se libertar desse ego assim. Está na hora de Acordar, está na hora de Despertar, e isso só é possível quando essa egoidentidade desaparece.
Então, essa é a fala desse encontro para você: corra para Satsang presencialmente! Olhe para si e perceba o que você está vendo – se você é feliz, se você sabe de fato quem é Deus, o que é a Vida, se você está completo, se você realmente não carrega mais ciúmes, inveja, medo, um sentido de preocupação com a autoimagem, um sentido de ofensa, de aborrecimento, de gostar de uns e não gostar de outros… Ok?
Então, vamos ficar por aqui, pessoal! Namastê!