Há uma busca presente em cada um, e eu gostaria de começar falando um pouco sobre isso! Afinal, que busca é essa? Na verdade, uma busca sem resultados. Já ficou claro para você que a busca é pela Paz, pela Liberdade, pela Felicidade… O que não está clara é a forma verdadeira de se realizar Isso. Alguns estão buscando Isso em relacionamentos, outros nas drogas, em conquistas materiais e assim por diante, mas todos sentem a necessidade da Felicidade e da Paz. No entanto, ninguém sabe exatamente o que é essa Felicidade. Em que resultado você pode chegar, se aquilo que você está buscando continua desconhecido? Em outras palavras, como você pode buscar e encontrar aquilo que você não conhece?
Tudo o que você pode ver e admitir acerca de si mesmo é que todos os dias você vive prisioneiro de desejos e conflitos. Então, você busca, através dos desejos, conquistar essa “Coisa” desconhecida chamada Felicidade – todos os desejos são para se obter Felicidade! Mas, ao realizar um desejo, você descobre que a Felicidade não está lá e passa a ter outro desejo. Assim, parece que, em vez de ficar nesse movimento de troca de desejo, seria melhor parar e investigar a natureza do próprio desejo. Isso seria muito mais inteligente!
O que nós fazemos em Satsang é investigar a natureza dessa insatisfação interna, que é a natureza do desejo. Se essa investigação for bem-sucedida, você descobrirá a natureza ou o objetivo real por detrás de todos os desejos. O que qualquer desejo, de fato, pretende é um estado livre do desejo, que é a Felicidade! Observe isso com atenção e veja como é algo muito simples, básico. O que qualquer desejo pretende, na verdade, é um estado de não desejo. Esse estado de não desejo é um estado em que não exigimos absolutamente nada, não desejamos absolutamente nada! Portanto, isso só pode ser um Estado de Abundância, de Totalidade, de Completude – é assim que eu chamo esse estado livre do desejo! A mente não conhece isso, a mente só conhece o desejo. Ela sempre representa o seu mundo através de objetos, imagens e sensações. Contudo, esse Estado de Total Abundância e Completude é o Estado do SER, é a Natureza da Felicidade e da Paz.
Agora, você já sabe o que está buscando: o final de todas as buscas! O que você está buscando é relaxar em seu próprio Ser! Isso está fora da mente! Na mente, você não está relaxado em seu próprio Ser, pois a mente é um falso ser, um falso “eu”, um falso “você”. Aí está o sofrimento, pois você não está em seu Estado Natural, você está em seu falso “eu”, você está na mente. Essa Plenitude será revelada como Felicidade e Paz apenas quando a sua Natureza Verdadeira for assumida.
Agora que você já compreendeu qual é o objetivo final, você percebe que, na verdade, ele não é um objetivo, um fim que você possa alcançar através do esforço… É só relaxar em seu próprio Ser, aqui e agora. Você precisa entregar, soltar esse falso “eu”. No entanto, você jamais fará isso, jamais entregará isso, jamais conseguirá resolver isso sozinho, sem uma ação misteriosa de Deus, sem essa ação da Graça, e é por isso que você está em Satsang. Se você soubesse revolver isso sozinho, já teria resolvido.
Então, a Libertação, a Realização de Deus, a Felicidade, não é algo que você conseguirá obter acumulando conhecimento ou realizando práticas místicas, espirituais, etc. Mesmo fazendo tudo isso, dedicando-se, aplicando-se, esforçando-se, o estado de dualidade permanecerá. Nesse caminho, não existe autodidata. Este falso “eu” não terminará com este falso “eu”. Isso é como alguém em uma prisão de segurança máxima: ele tem que ter a ajuda de alguém de fora para fugir. Essa é uma prisão ilusória para um ilusório prisioneiro, mas, paradoxalmente, isso é muito real para ele e, por isso, ele jamais perceberá a ilusória prisão de sua ilusória identidade sem uma ação misteriosa da Graça, sem uma ação misteriosa vindo de Deus.
Esta ação de Deus, esta ação da Graça, que está fora dessa prisão, é o trabalho do Guru! Somente aquele que está fora da prisão tem o plano perfeito para explodi-la. Para uma prisão ilusória, somente uma visão real! A visão real traz o plano Real, o plano da Verdade.