Um Devoto da Verdade

Olá pessoal! Boa noite! Sejam bem-vindos a mais esse encontro aqui pelo Paltalk. Maravilha estarmos juntos em mais esse encontro.

Sempre que estamos aqui, a sua disposição interna precisa ser aquela da inteligente curiosidade, porque é necessário que você descubra aquilo que Você é. Não temos que perder muito tempo com a tentativa de provar a você que a vida sem essa Realização não tem qualquer significado. Parece-me que é aqui que começa todo o trabalho de forma séria, no formato objetivo, aplicado e dedicado. Talvez seja esse o significado real da palavra “devoto”.

O devoto da Verdade é o discípulo da Verdade; é quando você começa a se perguntar: “Afinal, qual é o significado de tudo isso?”. Então, o devoto real é aquele que é o discípulo verdadeiro, o discípulo da Verdade. Algumas pessoas vêm a esses encontros e me passam a impressão de que, ao me ouvir, eu tenho que convencê-las de que a vida delas não tem qualquer significado. Ou seja, elas ainda não perceberam que, de fato, não há nenhum significado na vida delas.

Eu não estou aqui para convencê-lo de que você é infeliz, até porque a mente tem um movimento de autodefesa bastante forte. Então, se eu tenho que convencê-lo de que você não é feliz, significa que você ainda não conseguiu ver, por si mesmo, que a sua vida não tem nenhum sentido. Significa que você não está pronto para ser um devoto da Verdade.

Um discípulo da Verdade é aquele que não precisa ser convencido de que precisa descobrir um sentido, em meio a esse “não significado” da vida. Então, o trabalho começa! Então, a única coisa que importa para você é descobrir, em meio a essa vida sem significado, algum sentido para tudo isso. Parece-me que esse é o sentido real da palavra “discípulo”. Então, repassando isso: o discípulo é o devoto da Verdade, é aquele que não precisa ser convencido de que precisa ter um encontro com Deus, com a Verdade dele próprio. A Inteligência Real aparece a partir desse ponto.

Nessas falas, eu faço uma distinção muito clara entre “inteligência” e Inteligência. A Inteligência Real é aquela que nasce do trabalho do despertar, da autorrealização. Não importa o quanto você seja inteligente em qualquer área, em qualquer modelo da vida, essa não é a Inteligência Real. A sua habilidade em lidar com qualquer área, modelo ou nível da existência em particular, não representa Real Inteligência. Então, essa Inteligência Verdadeira é a Inteligência do Sábio, Daquele que descobre, em meio a essa vida sem significado, a razão de sua própria existência.

O começo da Inteligência ou o Despertar da Inteligência está no autoconhecimento. A palavra “autoconhecimento” também tem sido muito mal compreendida, porque não se trata de conhecer as particularidades da personalidade, as particularidades do “eu”. Há diversos cursos que favorecem esse tipo de “autoconhecimento” – o que nada mais é que uma aproximação psicológica a respeito desse “eu”.

Aqui, quando uso a expressão “autoconhecimento”, estou falando de algo completamente diferente disso. Autoconhecimento é a compreensão de que não existe nenhum “eu” a ser compreendido. Portanto, não se trata de uma aproximação psicológica através da introspecção, da autoanálise ou de qualquer outra técnica. A autorrealização, que é o começo da Inteligência, é fruto dessa Inteligência e começa na investigação desse falso “eu”. O discípulo é o devoto da Verdade, e o devoto é o discípulo verdadeiro. É aqui que começa a Inteligência e isso floresce em autorrealização.

A investigação da Verdade sobre si mesmo é o princípio da Sabedoria, esse Algo que está presente no fim desse falso “eu”. Quando a ilusão desse “eu” termina (e isso é para o discípulo, que é o real devoto), o Sábio – que é o próprio Guru, o próprio Mestre – se manifesta. Reparem que não há separação entre o discípulo e o Mestre – ambos são um só. Aquele que devota a sua vida à Verdade, é um verdadeiro devoto – esse é o real discípulo e o verdadeiro Sábio.

Então, quando você vem a Satsang, não é para ser convencido de que a sua vida não tem qualquer significado sem essa Realização. Você encontra-se em Satsang porque tudo isso já está claro para você. O que quero dizer é que eu não sou o Guru que vai convencê-lo a se tornar discípulo da Verdade ou devoto verdadeiro. Quando você chega aqui, isso tem que estar dentro de você. Agora fica clara a expressão: “Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece!”.

Eu tenho percebido que alguns de vocês, aqui nessa sala ou mesmo nesses encontros, não têm um interesse real nisso. É só um interesse intelectual, é só mais um encontro interessante, onde alguém tem uma fala bastante interessante de se ouvir. Você precisa estar disposto a ir além da ilusão desse falso “eu” e esse é o sinal do verdadeiro discípulo ou devoto.

Como já foi colocado, o discípulo real é o verdadeiro devoto; é aquele que olha a sua vida e percebe que, realmente, nada faz sentido sem a Verdade. Para o verdadeiro devoto, todos os atos, ações, pensamentos, empreendimentos, objetivos não têm qualquer sentido sem essa Realização. A única coisa que importa para o discípulo-devoto é a Realização da Verdade. Tudo vai para segundo plano e, na razão em que esse trabalho aprofunda dentro dele ou dela, isso vai para terceiro plano, quarto plano. Nada tem qualquer sentido, porque não há nenhum sentido na vida sem a Realização disso que Você é, da Verdade sobre si mesmo.

Só mais uma coisa aqui para você: A única coisa que importa é essa entrega, essa determinação; é quando a Verdade pode se expressar como o Real Significado. Não se trata do real significado da vida, porque a própria Vida é o seu próprio significado.

Pronto, turma! Vamos ficar por aqui! Valeu por encontro!

Namastê!

08 de setembro de 2017
Encontro online