A única coisa que importa de verdade, para você, é encontrar a si mesmo. Tudo o que você faz, ou fez, ou tem a intenção de fazer, é, no fundo, para encontrar a si mesmo.
Tudo o que você faz na vida é para encontrar a Felicidade, mas Ela não é algo que é resultado de alguma realização externa. Isso significa que você está na busca de si mesmo, mas não sabe. O caminho que a cultura, a sociedade, o mundo lhe deu, foi esse movimento para fora. É necessário voltar-se para dentro; sair da rua e voltar para a casa. A mente só conhece exterioridades, só conhece o lado de fora. Enquanto a mente só conhece o lado de fora, algo em você só conhece o lado de dentro.
Há algo em você que é a base de todas as aparições externas, que sustenta todas essas aparições externas, mas não se confunde com elas. Há algo em você profundamente enraizado nessa interioridade. Este algo em você é essa Presença interna, que não despreza o lado de fora, mas não se perde nele. É o Cerne, o Espaço indescritível de pura Presença… É o “Coração”!
Mente significa exterioridade e miséria; Coração representa Presença, Consciência e Felicidade. Toda a sua riqueza real está dentro de casa, não está na rua. A única coisa real presente, aqui e agora, é essa Presença além da mente e do corpo. Isso não pode ser tocado pela morte, assim como não foi tocado pelo nascimento. Indo para fora, saindo de casa, você se confundiu com o corpo, com a mente e com os projetos de uma realização externa e se empobreceu como uma pessoa, como uma entidade separada, confundindo-se com a experiência “corpo-mente-mundo”. Você está vivendo em pobreza.
Nessa ilusão de ter nascido, você carrega essa ilusão de adoecer, envelhecer e morrer. Você carrega a ilusão “eu sou o corpo”, “eu estou no mundo”, e isso não é verdade. Essa é a ilusão de estar do lado de fora, fora de casa, de ser “alguém” no mundo, de estar na rua. Quando você vem a mim, quando escuta as minhas palavras ou olha em meus olhos, nesse instante, eu me dirijo a essa interioridade, a essa riqueza de sua Real Natureza. Nesse sentido, não há alguém falando, não há alguém ouvindo; é a Riqueza se encontrando, o Coração se encontrando, a Interioridade se encontrando. É Deus com Ele mesmo! Você é Deus, mas se vê como pessoa, fora de sua Natureza Verdadeira. Fora de sua Natureza Essencial, você se vê na rua, se vê como alguém jogado na rua, procurando algo do lado de fora, procurando uma riqueza que não está lá.
Você quer ter mais saúde, mais dinheiro, mais coisas… Todos querem ganhar na loteria! Você quer mais poder, quer fazer algo pelo mundo, pelos outros, quer ajudar a humanidade, quer salvar o planeta, quer deixar seu nome na história, quer ser alguém lembrado, reconhecido, importante, famoso… Na rua, você sempre quer alguma coisa. No lado de fora, você sempre procura mais, e isto é sempre mais do mesmo, mais das mesmas coisas que todos buscam, mais, mais, mais…
Felicidade não é ter mais, não é poder mais, não é fazer mais, não é ganhar mais. Felicidade é só Felicidade, e Nela não tem “você”, e não tem mais. Felicidade é a ausência desse “você”, dessa ilusão de estar do lado de fora à procura de algo. Quem é algo, tem algo a perder. Quem não é, não tem o que ter e, portanto, não tem o que perder.
Assim, o meu convite para você é: deixe a rua, volte para casa. As pessoas estão morrendo, mas quando pessoas morrem não estão voltando para casa, estão apenas dando continuidade à sua história pessoal, ao sonho pessoal, ao sonho dessa entidade ilusória – a rua continua. É necessário morrer, mas morrer de verdade. A Verdade significa voltar para casa, soltar essa ilusão de ser “alguém”, sustentado, agarrado, segurando ou procurando coisas. Quando se morre assim, só se morre uma vez. Isso significa morrer para o passado, morrer para o futuro, morrer para coisas, pessoas e lugares geográficos; deixar o tempo.