É maravilhoso estarmos juntos em mais este encontro, em mais esta oportunidade, que representa uma aproximação desta Verdade que trazemos, Daquilo que somos em Verdade, que trazemos como nossa Natureza Divina. Estamos tendo, aqui, uma real aproximação Disso.
Temos neste encontro a oportunidade dessa averiguação, dessa investigação. Carregamos essa ilusão e precisamos ir além disso – essa ilusão de que existem duas coisas: nós mesmos e a experiência da vida; um “eu” e o mundo. Essa é a maneira com que nos aproximamos da vida (como uma entidade separada), como se houvesse duas coisas. A primeira, é alguém presente, e, a segunda, é a vida ou o mundo em volta desse “alguém”.
Essa é a forma convencional: um “eu” dentro e um mundo fora. Esse mundo fora tem objetos, pessoas, lugares, situações, eventos, acontecimentos, etc. Basicamente, nessa dualidade, nessa separação, em cima dessa ideia, está todo o conflito humano, todo o problema do “eu”, dessa ego-identidade. A ilusão de uma identidade presente e separada vivendo uma experiência do mundo é uma crença convencionalmente aceita.
Esse é o estado hipnótico em que vivemos. A hipnose é uma forma de sono. É assim que estamos vivendo: em um estado de sono; em uma sugestão hipnótica. O que significa este trabalho [Satsang]? Qual é a importância, o valor, deste trabalho? Este trabalho aponta para o Despertar, para o fim desse estado de sono, dessa forma convencional de pensar e sentir, que gira em torno dessa ilusória identidade com os seus dilemas, dramas, conflitos e problemas, relacionados a essa história pessoal, a esse mundo pessoal, e tudo isso está baseado em crenças, em pensamentos, que assumem formas de imagens. Então, o pensamento assume uma sobreposição à realidade presente. Nessa ilusão, não é possível ficar com aquilo que está presente. Nessa ilusão da dualidade, da separação, tudo o que você tem é uma sobreposição, uma interpretação, uma tradução, ou uma leitura, acerca do que acontece. Logo, o medo está presente; a revolta e o sofrimento estão presentes.
Eu quero convidá-lo a voltar-se para essa Presença, para essa Realidade, para essa Verdade que está presente quando a mente egoica não está, quando a dualidade não está. Isso só é possível quando você abandona esse sentido do “eu”, do “eu” experimentador, do “eu” que interpreta, que julga, que avalia, através do pensamento, através dessas crenças, através desses conceitos. Essa é a programação, a forma condicionada que o pensamento conhece e a maneira como ele se move. É o modelo do pensamento.
É preciso um esvaziamento completo de todo o peso desse condicionamento. Então, temos o fim desse sentido de separação, dessa ilusão de um “eu” presente no mundo, de um “eu” presente na vida, de alguém dentro dessa experiência – dessa experiência “corpo”, dessa experiência “mente”, dessa experiência “mundo”. Isto é Real Meditação.
Estamos falando constantemente a vocês sobre a importância da Meditação, que é o esvaziamento completo de todo esse conteúdo; que é o fim para esse movimento da mente egoica; o fim da mente dualista. Isso é algo fundamental. A Meditação, como seu Estado Real, como seu Estado Natural, é o seu Estado livre do ego. Então, a fala está presente, mas não há ego; a ação está presente, mas não há ego; suas atividades rotineiras, como trabalhar, ir para o escritório, para uma fábrica, ou qualquer outra atividade, estão presentes, mas não existe alguém nessa experiência. A Real Meditação não interrompe absolutamente nada, isso porque Ela não tem nada a ver com o corpo. Se o seu corpo está ativo ou inativo, se ele está em estado de vigília, de sono, ou mesmo em estado de sonho, nada disso interrompe Você em seu Estado Natural, que é Meditação.
Portanto, percebam que Meditação não tem nada a ver com aquilo que vocês aprenderam: uma técnica de se assentar, respirar, cantar mantra ou fazer alguns asanas, posturas físicas… Isso pode ser muito útil para o corpo, como uma ginástica para aumentar a elasticidade, para aliviar o estresse, para o relaxamento físico, muscular, mas não é disso que estamos tratando aqui. Estamos falando da Real Meditação, que é o fim do sentido de um “eu” presente na experiência, é a Liberação, é o final dessa separatividade, dessa dualidade, dessa sobreposição à realidade presente.
Quando há Real Meditação, o Amor está presente, a Verdade está presente, a Liberdade está presente. Essa é a Natureza do Ser, é a sua Natureza Real; essa é a Verdade Divina, a Verdade de Deus.
Assim, essa Consciência é vista como essa Presença, como esse Espaço, que é Meditação, no qual os objetos, a mente, o mundo e as experiências acontecem. Nada está excluído desse Espaço, dessa Consciência, dessa Presença, que é Meditação. Não há nada de especial ou de extraordinário nisso. Esse não é um estado extraordinário, mas, também, não é esse estado ordinário que a mente conhece. A mente vive em conflito, sofrimento e medo – este é o seu estado ordinário, mas isto não é você em seu Estado Natural. Seu Estado Natural é Consciência, é Presença, é Ser, é Verdade, é Deus.
Estar em seu Estado Natural é estar em Real Felicidade, livre dessa ilusão, dessa mente dualista, dessa mente separatista.
Vamos ficar por aqui. Até o nosso próximo encontro. Namastê!