Sejam todos bem-vindos ao Satsang, neste encontro aqui pelo Paltalk.
Essa é a primeira coisa a ser percebida aqui, nesse instante: se você pode ouvir essas palavras, elas estão acontecendo nessa Consciência. Tanto esse falar, quanto esse ouvir, só é possível nessa Presença, que nunca está ausente. Portanto, não existe nenhuma separação entre um experimentador e a experiência. Não existe tal coisa como a experiência e aquele que experimenta – isso é o pensamento que cria. A mente criou essa separação. Não há qualquer separação, nenhuma separação. Então, o que estamos nesse momento vivenciando é essa Consciência. O pensamento é que se separa como “o pensador”, como “alguém” dentro dessa experiência, e cria a ilusão de “alguém” aí presente. Mas, não tem alguém presente, tem a Consciência presente… Tem a Presença e essa Presença é a Consciência. Essa é a primeira e a última coisa!
O que quer que seja conhecido, ou experimentado, é por essa Consciência, é nessa Consciência. Isso é bem interessante. Não é a pessoa que conhece; a pessoa é conhecida nessa Consciência. A Consciência é essa Presença que conhece; a pessoa é uma aparição nessa Consciência. A mente não conhece, a mente é conhecida. A mente aparece como algo conhecido nessa Consciência, e nós a chamamos de “mente”. Portanto, a Consciência é completamente independente de suas aparições. Essas aparições estão Nela, mas Ela se mantém completamente independente dessas aparições, de todas as aparições, de todas as condições. Deus é assim. A Presença é assim! A Consciência é assim!
Acompanham isso?
Essas falas são para serem acompanhadas e não decoradas. Não decore isso, nem aprenda intelectualmente; só acompanhe. Acompanhar já é libertador, porque você só acompanha de forma real desidentificando-se da mente e das suas aparições. Então, isso já é Meditação, já é o trabalho. O propósito dessas falas em Satsang é trazer Isso, trazer essa Consciência, fazê-la se expressar de forma autofulgente. Então, acompanhar essa fala é Meditação. Não guardando palavras, porque isso não é acompanhar, nesse sentido; é apenas aprender, decorar, ouvir como se escuta numa sala de aula. Isso não funciona aqui. Satsang é um contato com essa Presença, com essa Consciência. Essa Consciência está sempre independente de qualquer condição, seja a condição do corpo ou da mente, completamente independente das aparições. Essas aparições aparecem Nela, mas Ela permanece independente dessas aparições. Paradoxalmente, essas aparições também são Consciência e não se separam Dela.
Você só tem problemas porque se confunde com a mente. Quando se confunde com a mente, você está identificado com uma aparição, confundindo-se com um sentimento, um pensamento, com uma sensação, uma emoção – esse é o sentido de separação. Tudo é conhecido nessa Consciência. Essa Consciência conhece a Si mesma, Nela mesma… Conhece a Si mesma por meio do corpo, da mente, das experiências. A Consciência conhece Ela mesma, Nela mesma. Ela não está presa ao cérebro, nem ao corpo.
Quando se vê nessa confusão criada pelo pensamento, você se identifica com o corpo. Assim, você se identifica com o cérebro e com essa suposta entidade presente no corpo; identifica-se com a ilusão de um “eu”, de uma entidade, de uma identidade de “alguém presente”, sendo um homem ou uma mulher, uma mãe, um pai, um filho, um avó, uma avô, uma “pessoa”. Essa Consciência presente não tem nenhum relacionamento com isso, não está nesse relacionamento com a mente e com o corpo. Para haver relacionamento é preciso dois (tem que haver dois), a Consciência e o corpo, a Consciência e a mente… Nessa Consciência não há relacionamento, não há dualidade, não há objetos. Consciência é Deus! Consciência é Amor! Consciência é Verdade! Você é Consciência!
Se você permanece desidentificado, como Pura Consciência, a vida acontece como uma aparição. Você se identifica com a mente, com o que ela “diz”, e aí está você, de novo, de volta ao antigo jogo.
Claro isso?
Nesse antigo jogo, você quer ajudar as pessoas, as pessoas precisam de você e você precisa delas… Nesse jogo, você, as pessoas e o mundo têm problemas, e você quer salvar o mundo, mudar tudo, consertar tudo; enfim, você está em apuros. Identificado com essa ilusão de “ser alguém”, você tem muitos assuntos para resolver até morrer. Curiosamente, você morre e não resolve nada. Tudo vai continuar do mesmo jeito, como sempre foi, e você só se afligiu, conflitou, “se aperreou” bastante, como se diz aqui no Nordeste. Você está carregando um peso enorme, de um mundo que você não pode mudar, porque não é o “seu mundo”. Você não tem nenhum poder sobre esse mundo criado pelo pensamento, o qual você foi ensinado a tentar mudar, alterar, e a “levar nas costas”.
Vamos ficar por aqui. Até o nosso próximo encontro. Namastê!