Há algo que não permanece presente. Repare que à sua volta tudo muda e dentro de você, também, tudo muda. Da manhã até esse momento, alguns pensamentos passaram por aí, mas eles foram embora e deram lugar a outros pensamentos. Da mesma forma, algumas sensações foram experimentadas no corpo e deram lugar a outras sensações; elas aconteceram e foram embora. É possível que você tenha tido algumas emoções, também, durante o dia, mas elas foram embora, não estão mais aí. Assim, até a hora de dormir você ainda passará por algumas experiências. Percebam o quanto isso é simples e, também, o quanto é simples isso ser observado.
A questão é: o que é isso que está ciente disso que está mudando? É aqui que está o quanto isso é simples. Você, nesse momento, está ciente de si mesmo. O que é esse “Eu Sou”? Você está ciente desse “Eu sou” – esse que passou por tudo isso durante o dia, que está passando, agora, por esta experiência de ouvir essa fala. O que é esse “Eu Sou”? (Esse “Eu Sou” que teve pensamentos, sensações, emoções, diversas experiências que já não estão mais aí, foram embora, e estão dando lugar a outras experiências).
Você está ciente desse “Eu Sou”, mas o que é isso que está ciente? Obviamente é a Consciência. É óbvio que é esse Eu – a Consciência de que estou consciente desse “Eu Sou”. Então, isso é algo muito básico, muito simples. Há algo que está sempre consciente em meio a essas aparições, acontecimentos, variações, pensamentos, sentimentos, sensações, emoções, percepções sensoriais, nesse simples reconhecimento: “Eu Sou”. Isso é essa Presença dessa Consciência. Em outras palavras, o simples reconhecimento desse “Eu Sou” é essa Consciência. Então, é Dela que estamos tratando… algo muito simples. A Consciência está consciente; é disso que estamos tratando em Satsang.
Claro isso?
Por isso que é algo muito simples. Enquanto você se perde, confundindo-se com a experiência, seja pensamento, sentimento, emoção ou sensação, há algo presente que está consciente disso. É desse “algo” que nós estamos tratando. Esse “algo” é a Consciência, que está consciente do pensamento, da sensação e do sentimento mudando. É muito claro isso! Repare que estamos sinalizando o Estado Natural, que é Meditação.
Isso é o que Eu Sou, verdadeiramente – este Eu ciente desse “mim mesmo”, sinônimo de Consciência, de Presença… Consciente desse “mim”, do movimento, do pensamento, da emoção, do sentimento, da sensação… Consciente dessa aparição, que é essa pessoa. A “pessoa” vem e vai; aparece no estado de vigília e no sonho, e desaparece no sono profundo. Mesmo no estado de vigília, ela está mudando o tempo todo! Contudo, essa Consciência está consciente, Nela mesma, do seu Ser, de sua Natureza Verdadeira. Por isso é algo simples, se você não se confunde com a “pessoa”. Mas, se você se confunde com a “pessoa”, ela predomina e Você desaparece. Esse Você real, que é esse Eu Real, não é esse “eu pessoal”, como uma entidade separada. Eu falo desse Eu, mas é um Eu que não conhece o “tu”, o “ele”.
Estamos falando de algo que todos vocês experimentam o tempo todo – o simples conhecimento do seu próprio Ser. É a experiência da Consciência, estando consciente Dela mesma. Isso é algo simples, óbvio, sempre presente; é um fato sempre presente. Não há limitação nessa Consciência. O pensamento, o sentimento, a emoção, a sensação, enfim, toda experiência é limitada, mas não há limitação nessa Consciência. Portanto é disso que estamos tratando em Satsang. Esse é o nosso tema, nosso assunto. Essa Consciência, essa Presença, não está limitada à mente, ao corpo ou a uma experiência, de prazer ou de dor… Ela está além do corpo! A sensação, o prazer sensorial de comer algo, ou qualquer sensação no corpo, não limita essa Consciência. Prazer ou dor não limita essa Consciência.
Você, definitivamente, não é a mente, nem o corpo. O corpo e a mente aparecem em Você. Não é Você que aparece no corpo e na mente. A crença é que existem muitos encarnados, mas isso é uma imaginação. Não existe ninguém encarnado, ninguém no corpo. Eu sei que é muito estranho, mas é assim. Você é essa Consciência, consciente desse “Eu sou”. “Eu estou”, “eu sinto”, “eu caminho”, “eu penso”, “eu escolho”, “eu decido”, tudo isso são apenas crenças, das quais, como Consciência, você está consciente. Tudo isso é apenas uma imaginação. “Eu como”, “eu durmo”, “eu caminho”, “eu falo”, “eu escuto”, “eu penso”, “eu faço”, “eu desfruto”, “eu sofro”, “eu amo”, “eu odeio”, e assim por diante, tratam-se de imaginação! É a ilusão do sentido de “alguém” nessa “coisa”.
Tendo descoberto isso, o que você vai fazer? Comece a viver em conformidade com essa descoberta. Pare de se confundir com esse “alguém”. Exatamente isso: comece a viver em conformidade com isso e desconecte-se dessa ilusão, que é a ilusão da “pessoa”. Estou propondo isso para você neste encontro.